Anualmente são registradas mais de 800 mil mortes por suicídio no mundo; um óbito a cada 40 segundos, aponta a Organização Mundial de Saúde (OMS). As vítimas: jovens entre 15 e 29 anos. Os números impressionam pois, além das mortes subnotificadas, o total de tentativas supera o de suicídios em pelo menos dez vezes, ressaltam os especialistas.
No Brasil
De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (MS), no ano de 2016 o Brasil informou 3.097 mortes de adolescentes e jovens de 10 a 29 anos. Em tempos atuais, 32 brasileiros se suicidam por dia, número três vezes maior do que o registrado em 2016.
A situação é mais grave em jovens homens negros. Entre 2012 e 2016 a taxa de mortalidade por suicídio entre a população negra teve um aumento de 12% em relação à branca, a cada 10 suicídios entre adolescentes e jovens, seis ocorreram em negros, segundo dados da cartilha Óbitos por Suicídio entre Adolescentes e Jovens Negros, do MS. O risco: o racismo estrutural.
Outros problemas reais à faixa etária e que podem impactar na vontade de viver: drogas, abuso sexual, pressão por notas e discriminação.
Sinais
- Isolamento;
- Mudanças marcantes de hábitos;
- Perda de interesse por atividades de que gostava;
- Descuido com aparência;
- Piora do desempenho na escola ou no trabalho;
- Alterações no sono e no apetite;
- Frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” podem indicar necessidade de ajuda.
Prevenção
Nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas, segundo pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS). A prevenção é fundamental para reverter essa situação, garantindo ajuda e atenção adequadas.
É preciso perder o medo de se falar sobre o assunto, quebrar tabus e compartilhar informações. Esclarecer, conscientizar, estimular o diálogo e abrir espaço para campanhas contribuem para tirar o assunto da invisibilidade e, assim, mudar essa realidade.
Disque 188
Fundado em 1962, em São Paulo, o CVV (Centro de Valorização da Vida) atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188 (ligação gratuita), e também por chat, e-mail e pessoalmente.
São 3 mil voluntários em mais de 110 postos, 24 horas por dia, 365 dias do ano. De forma sigilosa e sem julgamentos, a CVV está à disposição daqueles que querem e precisam conversar sobre seus sentimentos, dores e descobertas, dificuldades e alegrias. Viva a vida!
